segunda-feira, 19 de maio de 2008

IKEBANAS LACANIANOS



O jardim do inconsciente

Os ikebanas lacanianos parecem ready-mades, mas são ainda mais complexos e sofisticados, verdadeiros ágalmas que aspiram à dignidade das coisas belas.

Para Ferdinand Lèger, o feito artístico é um “estado de equívoco” entre dois valores, o real e o imaginado. Esta afirmação coincide com os conceitos de Simbólico, Real e Imaginário, segundo três perspectivas simultâneas:

o campo infinito da significação;
as propriedades concretas da matéria;
e a potência cativante das formas.

A obra plástica é sempre um objeto específico, nem utilitário, nem prosaico. Dado seu caráter único, exige ser-no-mundo para valer, fazendo parte da realidade que cria pelo simples fato de existir, desnaturada e sublimada, na cultura.

Assim que uma idéia é concretizada em três dimensões, transforma-se numa causa nobre, capaz de suscitar o desejo ou, pelo menos, a curiosidade e a imaginação.

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